Confrontada diariamente com a exigência geral de rigor que vigora na sociedade, dou comigo a protestar frequentemente contra o que representa o nosso tradicional desleixo e a tecer críticas que me doem no mais íntimo do meu ser. Em momentos mais raros, é-me, porém, muito grato referir o que são os BONS EXEMPLOS dos melhores dentre nós e que, infelizmente, às vezes só reconhecemos tarde demais. Quero hoje referir-me a dois desses exemplos, que me alimentam a certeza de que nem tudo é mau.
Meu pai sempre foi meu espelho: honesto, justo, sensível e sábio. Eo melhor de tudo, MEU pai!
Cresci, aprendendo coisas comuns... princípios morais comuns! Quando eu era pequena, e isso não mudou muito... mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Respeito principalmente. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que estamos perdendo gradativamente...
Foi com meus pais que aprendi grande parte do que sei, do que sou hoje.Com meu pai aprendi a fazer um exercício diário: Antes de tomar o café da manhã, sempre pensar em 6 coisas impossíveis e como eu posso as tornar possíveis... Em várias situações lembro dele... dos seus ensinamentos e lições.
Eu ainda acredito que o Brasil tenha jeito, mas tenho medo de perder essa esperança; por isso lembro do meu pai, e tenho incluido esta questão antes de tomar meu café da manhã!
Digo isso embasado em tudo o que tenho visto e ouvido e experimentado nos últimos anos. Percebo que o contexto da educação nacional já está, há muito, muito tempo desfocado.
Aliás os nossos legisladores, aqueles que deveriam dar exemplo, são os primeiros a mostrar em cadeia nacional que não foram educados devidamente, pois mentem, roubam, agridem, corrompem e são corrompidos.Como é que eles esperam que o Brasil de amanhã seja educado se a lição prática que se recebe hoje não condiz com o que está escrito? Que tipo de educação tem o poder de mudar a história da nossa nação?
Parece que o povo espera que mais uma vitória da seleção dará fim ao caos generalizado que tomou conta do nação, na saúde, na sociedade, na política e até na natureza, tudo por causa do caos na educação pois são médicos, professores, enfermeiros, cidadãos, trabalhadores e legisladores mal-educados (não porque haviam educadores incompetentes, mas porque não se permitia-lhes educar como convinha). Eu acredito que educação se recebe primeiro em casa. Os valores morais, o respeito ao próximo, aos mais velhos; tudo isso deveria vir de casa, mas não é mais assim, cada vez mais os pais estão criando os seus filhos, sem preparo (meninas cada vez mais jovens engravidando, isso também é falta de instrução ou exemplo de casa) e meninos sem se preocupar com essa nova vida que será posta no mundo, sem maturidade dos pais, também crianças, é deixado ao relento, criado pela babá eletrônica até a idade de ir para a escola, aí atribuem ao professor a responsabilidade de fazer aquilo que os pais estão cada vez mais incompetentes para fazer: educar.
Mas hoje, com a vinda da Senadora Ana Amélia Lemos a Taquara, acredito eu que ainda há esperanças... Parece que alguém ainda se preocupa com estas questões ditas pequenas... Mas que na verdade, são as questões mais urgentes da nossa gente... Educação!
Eu não votei nela, e não quero que interpretem mal este meu texto, mas são poucos os políticos, que falam em educação, dignidade, solidariedade... Pra mim, Ana Amélia passa a ser um verdadeiro bom exemplo como política, como mulher, como cidadã!
Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?… Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!”.